quinta-feira, 11 de março de 2010

É Tempo... Sem Preconceito!


Parte I

Morei parte da minha infância e adolescência em um bairro onde sempre havia uma boa movimentação, um fluxo muito grande de pessoas, tanto de dia quanto a noite. Foi nessa época onde tive acesso a variados perfis de pessoas, desde os mais favorecidos até os mais carentes... Minhas amizades também eram bem diversificadas, tinha desde o mais inteligente até aquele que não tinha motivação nenhuma para viver. Na verdade desde de muito cedo já tinha acesso às diferenças e me sentia em casa. Já era uma parte de mim! Sentia-me bem! Alguns dos meus melhores amigos(a) na escola eram fora do padrão certinho e invejáveis, na verdade eu ficava tomando a causa deles quando alguém tentava julgar e criticar. Meu amigo de apelido Rock, era branquinho, magricelo, sardento e homossexual. Adorava ele, simplesmente.E por não tentar decifrar o que ele era ou deixasse de ser e o aceitava como ele era, nos fez amigos. E isso fazia a diferença!
Minha amiga Gorethe era magricela, alta, usava óculos fundo de garrafa, era branquinha e tinha muita vergonha de dizer que sua mãe era negra,o seu pai era branco. Adorava a mãe dela, gente muito boa, só que a Gorethe escondia isso das pessoas e eu fui a única a ter acesso a família dela. Eu a entendia, sabia o quanto era difícil para ela viver ouvindo uma porção de besteiras por conta do preconceito. E por não saber conviver com o preconceito, passou a negar a mãe...nossa! Essa época foi difícil! Onde, os direitos humanos ainda era só uma idéia!
No apartamento onde eu morava, durante a noite, principalmente, finais de semana, se ouvia os maus tratos que as prostitutas e os homossexuais sofriam, pois era uma época de muita repreensão, eles apanhavam muito dos policiais. O meu apartamento era de frente e via a agonia daquelas pessoas. Eu ficava tão indignada com aquilo, que me escondia e tacava água, ovos...mandava ver!rsrsrsrs... Claro, me escondia! Senão apanhava também! Mesmo sendo guria, pela repreensão e opressão que era, tava arriscado sumirem comigo. Eu já pensava com antecedência, como jogar e o que jogar naqueles covardes!
Era o que eu podia fazer naquela época. Esse movimento me satisfazia de alguma forma, pelo menos não ficava sem fazer nada.
O tempo passou, graças a Deus muitas coisas mudaram. Conseguimos colocar, pelo menos algumas coisas em práticas, no que se diz respeito a direitos humanos, mas ainda há muito o que fazer. Ainda continuo sendo aquela menina, ou seja, que mantém o mesmo pensamento, que tem um grande carinho e respeito aos diferentes , só que hoje utilizo outras ferramentas (a ciência) não mais água e ovos...rsrsrsrs! Esse artigo não termina aqui. Têm outras partes, não sei quantas, mas têm...
Só quero ressaltar o seguinte:
Sejam bem vindos os diferentes!
Todos são importantes para mim!
Respeito e aceito você como é!
Não importa o seu passado, o que me interessa é o aqui e o agora!
Paz, Serenidade e prosperidade!
Psi. Vilma

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